Juíza Federal Rosangela Martins defende empoderamento feminino sem abrir mão da feminilidade

 

Magistrada analisa avanços históricos, desafios no Judiciário e destaca a importância do equilíbrio entre forças masculinas e femininas na sociedade

 A Juíza Federal Rosangela Martins, formada em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atualmente em atuação no Rio de Janeiro, traz uma reflexão sobre o lugar da mulher no Judiciário e na sociedade contemporânea. Professora de Processo Civil, a magistrada aponta que o movimento feminino conquistou marcos históricos, mas ainda enfrenta barreiras culturais e estruturais.

“Se olharmos pela janela do tempo e voltarmos 90 anos atrás, veremos que avançamos muito no rompimento de uma cultura machista e patriarcal. O direito ao voto em 1932, o Estatuto da Mulher Casada em 1962 e a Lei do Divórcio em 1977 foram marcos fundamentais”, afirma.

Apesar dos avanços, Rosangela chama atenção para dilemas vividos pelas mulheres ao ingressarem no mercado de trabalho. Muitas, segundo ela, acabam adotando posturas masculinas como estratégia de sobrevivência em ambientes hostis. “Milhares de nós passamos a detestar nosso ciclo menstrual, a relegar nossa intuição, a enfraquecer nossa criatividade e nossa capacidade de acolhimento. É como se a conquista de espaço exigisse negar a própria essência”, reflete.

A magistrada defende que o verdadeiro empoderamento precisa caminhar lado a lado com a valorização do feminino. “Não preciso deixar de ser feminina para não chamar atenção, ou me masculinizar para me igualar aos homens. É tempo de mulheres e homens aprendermos a dançar entre as forças do masculino e do feminino”, destaca.

O desafio se reflete também dentro do Judiciário. Dados do relatório Justiça em Números 2024, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram que apenas 36,8% da magistratura brasileira é composta por mulheres, contra 59,8% de homens. Além da sub-representação, Rosangela relata situações de preconceito que ainda persistem nos espaços de poder: “Ouvi de um colega, no início da carreira, que mulheres não poderiam ser boas profissionais, mães e esposas ao mesmo tempo. Nunca vi esse questionamento dirigido a homens”.

Inspirada em Ruth Bader Ginsburg, ícone da Suprema Corte dos EUA, Rosangela acredita que o futuro só será mais justo e equilibrado com a parceria real entre homens e mulheres. “Acredito que teremos um futuro melhor se mulheres e homens forem parceiros de verdade, andando juntos e de mãos dadas”, conclui.

A juíza compartilha suas reflexões e experiências em seu perfil no Instagram: @rosangelamartins_juizafederal.

 

JOÃO COSTA

João Costa é jornalista, assessor de imprensa e relações públicas, além de membro ativo da Associação Paulista de Imprensa (API). Reconhecido por sua atuação em prol das questões sociais e da promoção das relações humanas, defende de forma intransigente a liberdade de imprensa e de expressão. Sua trajetória é marcada por uma atuação coerente e estratégica na área de comunicação como um todo. Ao longo de sua carreira, recebeu importantes reconhecimentos, entre eles: • Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo • Prêmio ABIME Comunicação – 2024, da Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica • Prêmio Iberoamericano de Jornalismo • Título de Referência em Comunicação pela ANCEC – Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação • Reconhecimento em Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão • Menção Honrosa do Lions Clube Internacional (RJ) Sua experiência internacional inclui participação em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil, onde atuou como intérprete oficial durante um jantar beneficente, a convite do embaixador, com a presença do Vice-presidente da República. Além disso, João Costa participa ativamente de congressos, conferências, workshops e eventos online, se

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